SER MÃE DE FILHO COM AUTISMO EM VIVÊNCIAS PUBLICADAS POR "EU-MESMA” NO FACEBOOK: SOB A INSPIRAÇÃO FILOSÓFICOFEMINISTA DE SIMONE DE BEAUVOIR
Nome: JAQUELINE MARIA DO NASCIMENTO ROCHA
Data de publicação: 19/11/2024
Banca:
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Papel |
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HEDLAMAR FERNANDES SILVA LIMA | Examinador Externo |
MICHELL PEDRUZZI MENDES ARAUJO | Examinador Externo |
SONIA MARIA DA COSTA BARRETO | Examinador Externo |
TANIA MARA ZANOTTI GUERRA FRIZZERA DELBONI | Examinador Interno |
Resumo: [INTRODUÇÃO] Nesta pesquisa, a leitora e o leitor, encontrará parte das minhas vivências
advindas da minha relação com o meu filho e que se desdobraram em “projetos” para além
da maternidade. Essas vivências foram compartilhadas por meio de narrativas e ou
imagens, bem como em situações em que se fizeram necessárias reflexões e ou provocações
acerca dos direitos de acesso aos serviços de saúde, educação, entre outros. Desse modo, a
importância desse estudo pode parecer óbvia, no entanto, é preciso ou necessário que as
mães com filhos autistas se reconheçam no espelho do ser materno, uma outra mãe, ou
melhor uma mulher que “se torna” sempre um alguém de sentido social-histórico e cultural,
que está sempre se (des)construindo. Os temas dessa pesquisa são: “eu-mesma”, mãe de
um filho com autismo, que publica suas vivências no Facebook, e que aqui-agora parte
para reler o publicá-lo, procurando o que e como eu sou, uma singularidade na pluralidade
(universalidade) de ser. Neste sentido, desejo e espero que esta dissertação traga uma
sinergia que gere empoderamento das mães, que na relação existencial produza impactos
no filho. [INTERROGAÇÃO DA PESQUISA] O "que é" e "como é" ser "eu mesma",
autora desta dissertação, mãe de um filho com autismo, em suas publicações (posts) de
vivências na rede social Facebook? [OBJETIVO] Geral: Compreender o "que é" e "como
é" ser "eu mesma", autora desta dissertação, mãe de um filho com autismo, em suas
publicações de vivências no Facebook. Específicos: descrever o "que é" e "como é" ser
mãe de um filho com autismo, em suas publicações de vivências no Facebook; produzir
descritivamente uma analítica existencial do ser "eu mesma" mãe de um filho com autismo,
em suas publicações ('posts) de vivências no Facebook. [MARCO TEÓRICO] A filosofia
de Simone de Beauvoir (2016) trabalhando com os seguintes temas existenciais dela:
existência, ambiguidade, liberdade, transcendência, imanência, projeto, situação, opressão,
segundo sexo, feminismo. [RESULTADOS E DISCUSSÃO] Desvelamos, em um Quadro
1, e analisamos, os oito Guias de Sentido, GS, quais sejam: ser mulher com uma estética
“fora do padrão”; - ser mulher-mãe militante; - ser mulher-mãe em “conselho”; - ser
mulher-mãe educadora / pedagoga; - ser mulher-mãe pesquisadora/ cientista; - ser mulhermãe (des)construindo mitos; - ser mulher-mãe em aventuras com o filho; - ser mulher-mãe que compartilha as criações do filho. Após, pontuamos um Grande Guia de Sentidos, GGS que configura “M2FA”, qual seja: “ser mulher-mãe de filho com autismo é “ser engajada”
numa construção político-social e afetiva”. [CONSIDERAÇÕES FINAIS] Nossa tese é a
de que a mulher-mãe de filho com autismo, marcada pela ambiguidade da existência
humana, na sua liberdade de escolhas, toma a decisão de usar a rede social Facebook,
encontrando espaço-tempo de mostrar-se um ser do engajamento contra a opressão dos
papéis preestabelecidos socialmente e que visa limitar a mulher ao papel de mãe, esposa e
dona de casa, e, nesse sentido, o feminismo beauvoiriano, ajuda na luta pela superação das
condições impostas à mulher, onde ela é definida não em si mesma como um ser de
liberdade, mas em relação ao homem, ou seja, o segundo sexo. Nesse contexto, a
experiência de ser mulher-mãe de filho com autismo se revela como uma “situação limite”
de imanência. Ao mesmo tempo, essa situação torna-se uma motivação para a
transcendência, impulsionando-a a buscar sentido em suas ações e a construir outros
projetos de ser interligados à ação política em um contexto social-cultural-histórico. Assim,
na ação de compartilhar as vivências na rede social Facebook, a mulher-mãe não se limita
à esfera da imanência, ou seja, a experiência individual e subjetiva. Ao contrário, ela se
inscreve em uma luta mais ampla pelo reconhecimento dos direitos das mulheres-mães e
pela construção de uma sociedade mais justa e inclusiva. Ao conectar-se com outras
mulheres-mães de filhos com autismo, há o encorajamento para que outras mulheres-mães
tornem-se também empoderadas, e juntas lançam-se no projeto de construção de uma
identidade coletiva que leve ao fortalecimento do movimento feminista.