ESTUDANTES NEGROS NA UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO: A
INSERÇÃO NOS DIFERENTES ESPAÇOS FORMATIVOS
Nome: SUELLEN CARVALHO ELEOTÉRIO
Data de publicação: 25/03/2025
Banca:
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Papel |
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MARCELO LIMA | Examinador Interno |
SHEILA DIAS ALMEIDA | Examinador Externo |
Resumo: A presente pesquisa tem como objetivo analisar como os estudantes negros e negras
acessam, participam e estão inseridos nos espaços da Universidade e se a participação
nestes espaços efetiva a permanência destes estudantes na educação superior, tais
como a pesquisa, as oportunidades de estágio e a extensão universitária. Por meio da
análise dos dados, à luz da base teórica, busca-se ultrapassar os elementos
apresentados no âmbito da aparência do fenômeno estudado por meio da perspectiva do
Materialismo Histórico Dialético. Para isso, tem como fonte de análise os dados
produzidos pelo Censo Estudantil para as Ações Afirmativas realizado pela, então, Pró-
Reitoria de Assuntos Estudantis e Cidadania (Proaeci) em 2022. Por meio de abordagem
qualitativa, foi seguido um caminho metodológico composto por três etapas. A primeira
consiste em examinar a produção intelectual de autores que se dedicam à realidade
brasileira em aspectos sociais, econômicos e políticos, os quais influenciam a educação
e, principalmente, as relações raciais, analisando questões concernentes à raça e classe,
bem como de teóricos que discutem os principais determinantes das ações afirmativas no
ensino superior no país. A segunda etapa envolve a análise, interpretação e
sistematização dos resultados do Censo estudantil em 2022 realizado pela, então, Pró-
reitoria de Assuntos Estudantis e Cidadania (Proaeci) da Universidade Federal do Espírito
Santo (Ufes) no que tange à raça/cor, modalidade de ingresso, perfil socioeconômico,
acesso à política de permanência, à pesquisa, à extensão, às bolsas de estágios e demais
espaços formativos. A terceira etapa constitui-se de uma pesquisa empírica, efetivada por
meio da aplicação de questionários a estudantes negros e negras com o intuito de
identificar, por meio dos relatos obtidos, como percebem e compreendem os processos
pelos quais acessam a Universidade e as atividades nela desenvolvidas, além das
possibilidades de permanência na Ufes por meio das políticas afirmativas. Apesar de o
Censo demonstrar ampliação do acesso aos negros no ensino superior, persistem as
desigualdades raciais. Revela-se um cenário complexo em que as políticas de cotas
contribuíram para o aumento da diversidade racial nas universidades, mas ainda existem
áreas mais resistentes como em cursos mais seletivos e em espaços ligados à pesquisa.
A potencialidade reside nas forças sociais comprometidas com a luta antirracista que
lutam para que o pertencimento aos espaços se constitua enquanto caminho para se
promover mudanças na Universidade e forçar por transformações.