A COMPREENSÃO E A ESCRITA DE SI NARRADAS PELOS ESTUDANTES DE UMA TURMA DA EMEF EJA PROFESSOR ADMARDO SERAFIM DE OLIVEIRA: AS RELAÇÕES COM A HISTÓRIA VIVIDA, PENSADA E APRENDIDA
Nome: DANIELLE RIBEIRO GOULART
Data de publicação: 21/02/2025
Banca:
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Papel |
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EDNA CASTRO DE OLIVEIRA | Examinador Interno |
EDNA MARIA DOS SANTOS | Examinador Externo |
Resumo: A pesquisa investiga, a partir da escrita de si, compreensões dos estudantes de uma turma na
Escola Municipal de Ensino Fundamental EJA Professor Admardo Serafim de Oliveira,
acerca de suas trajetórias de vida em relação com os conhecimentos históricos aprendidos
durante as aulas de História. A pesquisa histórica adota instrumentos e procedimentos da
pesquisa qualitativa, fundamentada na etnografia, utiliza questionário socioeconômico,
memoriais, e a observação das aulas como métodos de coleta de dados. As fontes foram
interrogadas na perspectiva de Bloch (2001) e Ginzburg (1989, 2002, 2007), para os quais
todas as pistas revelam algo sobre os homens e as mulheres em diferentes temporalidades. A
escrita autobiográfica produziu0se a partir dos memoriais com base no pensamento de Josso
(2004, 2006, 2007); Passeggi (2006, 2021); Larrosa (2006); Souza (2006, 2008, 2018);
Abrahão (2006); Nóvoa (2004) e Lechner (2006). Ao abordar a educação escolarizada, suas
relações com a História e os princípios que a orientam no país, a pesquisa fundamenta-se em
Saviani (2005, 2007, 2008, 2010, 2020); Freire (1985, 2005); Arroyo (2014, 2017); Ribeiro
(1986, 2018), Fonseca (2006); Paiva (2000); Schmidt (2012); Rocha (2016); Schwarcz
(1998); Lopes (2022); Brandão (2006) e Germano (2008). As experiências narradas apontam
um panorama complexo e multifacetado das trajetórias de vida dos estudantes marcadas pela
vulnerabilidade social, violência, exclusão, preconceito e desigualdade. Ao resgatar suas
memórias, esses sujeitos não apenas constroem suas identidades, mas contribuem para a
produção do conhecimento histórico mais justo e inclusivo. Durante as aulas de História,
observou-se que os estudantes ainda não se reconhecem plenamente como sujeitos
pertencentes à História, nem percebem a relação entre esses saberes e suas trajetórias de vida.
Contudo, gradualmente, nota-se indícios de que esses sujeitos passaram a contextualizar, de
maneira mais crítica, os conteúdos abordados, demonstrando crescente capacidade de
compreender as condições de marginalização às quais estão expostos. Isso evidencia a
importância da disciplina ao abordar conteúdos a partir das vivências, experiências e
perspectivas dos próprios estudantes. Por fim, destaca-se a importância da abordagem
autobiográfica na EJA, quando reconhece o sujeito como participante ativo do processo de
construção e ressignificação da História. Ao adotar esta perspectiva, a pesquisa desafiou a
visão mais tradicional de estudos, que muitas vezes, concebe os estudantes de forma passiva
no processo de construção do conhecimento. Com isso, reafirma-se a importância de uma
educação que respeite a diversidade, a memória e a cultura.