SER CRIANÇA, IMIGRANTE, COM CÂNCER: A BRINQUEDOTECA HOSPITALAR MÓVEL (DES)VELANDO ANUNCIAÇÕES DE SENTIDOS/GRATIDÃO
Nome: ANA KARYNE LOUREIRO GONÇALVES WILLCOX FURLEY
Data de publicação: 11/06/2025
Banca:
Nome |
Papel |
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| CESAR AUGUSTO ROSSATTO | Examinador Externo |
| DAVID MOISES BARRETO DOS SANTOS | Examinador Externo |
| EDICLÉA MASCARENHAS FERNANDES | Examinador Externo |
| ERINEU FOERSTE | Examinador Interno |
| HIRAN PINEL | Presidente |
Páginas
Resumo: [INTRODUÇÃO/OBJETIVO] Esse estudo, do tipo fenomenológico-existencial, envolve a temática Educação Especial objetivando descrever compreensivelmente, o "que é" e o "como é" ser criança, que é imigrante - e que está com câncer, destacando
sua presença humana nas práticas educacionais existenciais numa brinquedoteca hospitalar móvel, e com isso (des)velando anunciações de sentidos. [MARCO TEÓRICO] Para tal propósito, recorremos fundamentalmente ao marco teórico de
Viktor Emil Frankl (1970, 1976, 1978, 1983, 1989, 1990, 1991, 1998, 2005, 2010, 2011, 2015, 2017, 2019) e os modelos dessa produção discursiva propiciaram uma prática lúdica pedagógica humanizada. [METODOLOGIA] A colaboradora dessa pesquisa é Nam On-jo, uma garota de 12 anos, com câncer, imigrante da Colômbia, estudante de uma escola pública do município de Serra, no Estado do Espírito Santo. Após a aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP), foi-nos autorizado estar junto a paciente/estudante/colaboradora, em seu leito hospitalar, por um mês. Os nossos encontros diários para a produção de dados de pesquisa tiveram como lócus, o Hospital Estadual Infantil Nossa Senhora da Glória (HEINSG), na Unidade de Tratamento de Alta Complexidade em Onco Hematologia (Unacon), em Vitória, no Estado do Espírito Santo. Como instrumentos de produção de dados, recorremos à criação e construção de uma brinquedoteca hospitalar móvel (BHM) a partir da Ludoterapia de Virginia Mae Axline (1972, 1985). Para tal, utilizou-se de uma caixa de plástico transparente com tampa, no tamanho médio com materiais pedagógicos e lúdico pedagógicos e recorremos à observação livre. No entanto, uma observação intencional diretiva e ou não diretiva, já que para nós, os fenomenologistas, se trata de uma observação livre, solta, mas sempre intencionada, ou seja, com intenção científica. Assim transcritas, no Diário de Bordo, por meio de relatos após os encontros, fotografias, desenhos de mandalas coloridos, bilhetes, prints de tela de mensagens de whatsapp. Para a análise dos dados produzidos buscando a descrição compreensiva do vivido, aplicamos a Anunciação de Sentidos (ASs) proposta por Furley e Pinel (2024). [CONSIDERAÇÕES FINAIS] A ASs é como uma notícia de sentido, ela anuncia ao ledor novas e alternativas propostas de ensinar-aprender, um conteúdo que parte de alguém, e no nosso caso, de Nam On- Jo, transcurso donde se desvela a “A-dor-em-si-mesma”, o “A- dor- é –ser”. A anunciação existencial do sentido da vida, emerge um mosaico dos valores vivenciais, atitudinais e criativos nos revela a Gratidão o grande sentido anunciado acerca de On-jo, seu fundamento. E a partir da Gratidão, oito novas ASs: Ser de Generosidade, Ser de Respirar, Ser de Agora, Ser de Transcendência, Ser de Iniciativa, Ser de Direitos, Ser de
Anunciamentos, Ser de Oblação. Uma heroína, mas de encarnada, comum, cotidiana, que sofre e se alivia e constrói seu próprio Monumento-Vida, uma escultura que respira a vida interrogante, pela via crucis. Assim, a ludicidade livre e organizada no seu existir, a escolaridade plenamente sentida como cidadã em seu novo país, práticas educacionais brincantes, o bom tratamento de saúde etc., podem trazer a lume, e com mais força, a sua AS Gratidão. Esse ser (da Gratidão) desvela os seus modos de ser grata à vida que pode ser entendida como aquela que lhe doa sentido, e assim amplia a simbólica construção da sua vida, enquanto monumento sustentado pelo seu ser livre e responsável - pessoa “até o último suspiro”.
