AVALIAÇÃO MULTIRREFERENCIAL E EDUCAÇÃO ESPECIAL: A TRANSIÇÃO DE CRIANÇAS COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL DA EDUCAÇÃO INFANTIL PARA O ENSINO FUNDAMENTAL
Nome: SHELLEN DE LIMA MATIAZZI
Data de publicação: 07/10/2025
Banca:
| Nome |
Papel |
|---|---|
| ALEXANDRO BRAGA VIEIRA | Presidente |
| DENISE MEYRELLES DE JESUS | Examinador Interno |
| FABIANE ROMANO DE SOUZA BRIDI | Examinador Externo |
| RITA DE CASSIA CRISTOFOLETI | Examinador Interno |
| ROSANA CARLA DO NASCIMENTO GIVIGI | Examinador Externo |
Resumo: A pesquisa tem por objetivo analisar elementos que implicam a transição de crianças com deficiência intelectual entre a Educação Infantil e o Ensino Fundamental no contexto de duas unidades de ensino da Rede Municipal de Vitória/ES e constituir movimentos para esse processo em uma abordagem inclusiva. Adota como referencial teórico, a Sociologia do Conhecimento de Boaventura de Sousa Santos (2007, 2008, 2018), o conceito de Multirreferencialidade de Jacques Ardoino (1998) e as teorizações no âmbito da Educação Especial e da Avaliação. Metodologicamente, busca respaldo em pressupostos qualitativos e na Cartografia Simbólica das Representações Sociais (Santos, 1988), elegendo como procedimentos: a) solicitação às instâncias competentes para a produção dos dados; b) apresentação da pesquisa para as escolas e os responsáveis pelas crianças; c) observação participante; d) conversas e processos reflexivo-formativos com os participantes. Elege como lócus de investigação um Centro Municipal de Educação Infantil (Cmei) e uma Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef), localizadas em um bairro periférico da cidade de Vitória/ES. Envolve turmas de grupo VI na primeira etapa da educação básica e de 1o ano na segunda, sendo os dados produzidos no período de agosto a dezembro de 2023 na Educação Infantil e de fevereiro a julho de 2024 no Ensino Fundamental, acompanhando o processo de transição entre as etapas de ensino elencadas. Como participantes, conta com as professoras do ensino comum das turmas envolvidas, as de Educação Especial, a equipe pedagógica e a direção escolar, bem como as famílias e as crianças. Analisa os mapas simbólicos produzidos nos contextos escolares e, a partir deles, aborda a epistemologia da dúvida como elemento propulsor à reflexão, estimulando os sujeitos a reconfigurarem os mapas inicialmente elaborados. Como resultados, aponta a defesa da tese de uma avaliação multirreferencial como possibilidade de se compreender os elementos necessários à transição de crianças, dentre elas, as com deficiência intelectual, entre as etapas de ensino, a partir de avaliação reflexiva dos profissionais que atuam nas duas etapas de ensino e demais sujeitos envolvidos. Aborda, dentre os eixos analisados: as concepções de Educação Infantil e Ensino Fundamental e a necessária articulação entre ambas; as práticas organizativas das unidades de ensino; os currículos e as práticas pedagógicas; as redes de apoio e a formação continuada de
professores, pensando a transição entre Educação Infantil e Ensino Fundamental em interface com a Educação Especial. A investigação resulta em uma cartografia simbólica sobre o papel da avaliação multirreferencial na elaboração de políticas públicas e práticas pedagógicas que considerem as condições necessárias ao trabalho pedagógico no processo de transição das crianças com deficiência intelectual, visando uma escola democrática e inclusiva para todos.
