A ALFABETIZAÇÃO NAS ESTRATÉGIAS BIOGRÁFICAS DE ALFABETIZADORES, TÉCNICOS E ESTUDANTES DO MOBRAL NO ESPÍRITO SANTO (1970-1980)
Nome: LEONARDO BAPTISTA
Data de publicação: 20/10/2025
Banca:
| Nome |
Papel |
|---|---|
| EDNA CASTRO DE OLIVEIRA | Examinador Interno |
| JANE PAIVA | Examinador Externo |
| MARCIA SOARES DE ALVARENGA | Examinador Externo |
| REGINA HELENA SILVA SIMOES | Presidente |
| ROSIANNY CAMPOS BERTO | Examinador Interno |
Resumo: A tese investiga a produção dos processos de alfabetização do Movimento Brasileiro de
Alfabetização no Espírito Santo (Mobral/ES), entre os anos de 1970 e 1980, no contexto da
ampla campanha nacional instituída durante a Ditadura Militar (1964-1985), visando à
eliminação do analfabetismo no país. Com esse objetivo, evidencia estratégias pessoais (Levi,
2000) colocadas em prática por estudantes, técnicos e professores no desenvolvimento das
atividades do Programa de Alfabetização Funcional (PAF), considerando possíveis
desdobramentos dessa experiência nos percursos biográficos dos indivíduos que o vivenciaram.
Para tanto, utiliza como fontes de pesquisa documentos institucionais, matérias jornalísticas,
cartas de educadores/as e alunos/as e entrevistas com ex-participantes (alfabetizadores/as,
técnico, alunos/as) do Mobral/ES. O estudo dessa documentação adota a abordagem analítica
da micro-história, orientando-se pelo método indiciário (Ginzburg, 1987, 1990, 2007; Levi,
2000). No campo da historiografia sobre o regime ditatorial brasileiro, dialoga com autores
como Napolitano (2014), Fico (2004), Reis (2000) e Motta (2014). Estudos realizados por
Ferraro (2009), Maria Di Pierro e Galvão (2012) embasaram as análises do analfabetismo no
Brasil. Para a compreensão dos processos de alfabetização de adultos, esta pesquisa dialoga
com o pensamento de Paulo Freire (1977, 2020, 2021). Como resultado, evidenciam-se formas
pelas quais técnico/as, alfabetizadores e estudantes mobilizaram as suas experiências no
Mobral/ES, na constituição de estratégias pautadas por interesses próprios. Desse modo, esses
sujeitos atribuíam sentidos e características singulares à alfabetização, compreendendo-a como
espaço de possibilidades para a realização de projetos profissionais, familiares,
socioeconômicos e, no caso dos estudantes, também de superação de exclusões sociais,
culturais e econômicas que marcaram suas trajetórias biográficas.
