Espaços e tempos de grupos escolares capixabas na cena republicana no início do século XX: arquitetura, memórias e história
Nome: ANDREA BRANDÃO LOCATELLI
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 22/08/2012
Orientador:
Nome | Papel |
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REGINA HELENA SILVA SIMÕES | Orientador |
Banca:
Nome | Papel |
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JANETE MAGALHÃES CARVALHO | Examinador Interno |
LUCIANO MENDES DE FARIA FILHO | Examinador Externo |
MARCUS LEVY BENCOSTTA | Examinador Externo |
OMAR SCHNEIDER | Examinador Externo |
REGINA HELENA SILVA SIMÕES | Orientador |
Resumo: Investiga a constituição histórica dos projetos arquitetônicos para os grupos escolares em seu processo de criação e implantação no Espírito Santo, 1908, visando compreendê-los em suas articulações com ideias republicanas e ideários pedagógicos que circulavam no cenário brasileiro no início do século XX. Toma como eixo principal de análise a arquitetura dos grupos escolares capixabas no período de 1908 a 1930, para compreender historicamente a configuração dos espaços e tempos destinados a instrução pública primária no Estado, no período selecionado. As relações de força que constituíram as ações políticas dos envolvidos no processo da Reforma da Instrução Pública no Estado colaboraram para compreendermos como os capixabas produziram a espacialização das modelares escolas republicanas, que ocorreu entre as tensões para o desenvolvimento da organização social da localidade e as possibilidades econômicas de fazer avançar a modernidade pretendida pelo novo regime, especialmente, na renovação do ensino primário em seus espaços específicos. O estudo contou com uma perspectiva historiográfica que desloca o foco da análise apenas para os sistemas das ideias que engendraram a República no Brasil e no Espírito Santo e sua concepção de instrução pública; e associa estas às práticas políticas e sociais ocorridas na constituição das instituições escolares do período, especialmente no Estado. Desse modo, buscamos utilizar objetos culturais que trazem marcas das práticas dos atores sociais envolvidos e destacamos em nossos procedimentos a relação entre a produção dos documentos selecionados e as nossas problematizações para a pesquisa. Para tanto, buscamos nas reflexões de Michel de Certeau, Carlo Ginzburg e Marc Bloch uma compreensão do fazer historiográfico que associa a prática do historiador à narrativa produzida. As fontes foram mobilizadas na busca de conhecer os espaços e tempos destinados às instituições escolares da República, que expressavam em sua estética e simbolismos uma proposta de propagação dos preceitos republicanos. Ainda que a espacialização dos primeiros grupos escolares no Estado tenha encontrado dificuldades econômicas apontadas em documentos do governo do Estado, associadas às práticas políticas de caráter elitista e excludente que ocorreram na localidade, o Espírito Santo afirmou, ao seu modo, a presença daquelas escolas no cenário local, valendo-se de simbolismos republicanos que encontramos impressos em seus edifícios, bem como nas práticas de formação dos professores e dos alunos.