As "artes de fazer" e de viver de professoras e alunos nas interfaces entre culturas, currículos e cotidianos escolares

Nome: SANDRA KRETLI DA SILVA
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 18/05/2012
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
JANETE MAGALHÃES CARVALHO Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
ALEXANDRA GARCIA FERREIRA LIMA Examinador Externo
CARLOS EDUARDO FERRAÇO Examinador Interno
INES BARBOSA DE OLIVEIRA Examinador Externo
JANETE MAGALHÃES CARVALHO Orientador
MARTHA TRISTÃO FERREIRA Examinador Interno

Páginas

Resumo: Trata o estudo de uma investigação sobre como os artefatos culturais, concebidos como produtos em circulação na escola, variando de produtos tecnológicos a recursos materiais e simbólicos, utilizados por professores e alunos, atravessam, no cotidiano escolar, o currículo e as culturas. Objetiva cartografar as políticas das astúcias e criações de consumidores e usuários dos artefatos culturais, buscando visibilizar as táticas de inventividade que fazem do cotidiano um lugar praticado. Busca, assim, conhecer as artes de fazer de professores e alunos: como o fazem, por que e para que o fazem, o que usam, como usam, o que fabricam com os usos que fazem dos artefatos culturais. Toma, como hipótese substantiva preliminar, que de nada valem as receitas pedagógicas se não existem condições para a performatização dos gostos e dos sabores, pois as propostas curriculares são, constantemente, ressignificadas por meio dos usos dos produtos culturais, fazendo fruir a experiência estética e a sensibilidade das professoras que procuram, pelo diálogo, favorecer o desenvolvimento lógico, cognitivo, estético-expressivo e ético-moral de seus alunos. Questiona, portanto, o valor das prescrições e normatizações, diante da não existência de espaçostempos para que professores e alunos dialoguem sobre os usos que fazem dos produtos científico-tecnológico-culturais que circunscrevem suas ações e, dentre eles, os artefatos culturais. Adota, como principais intercessores teóricos, o historiador Michel de Certeau e o pesquisador dos Estudos Culturais Homi Bhabha. Assume, como aporte metodológico, o estudo de caso inserido no/do cotidiano escolar de uma escola de Ensino Fundamental da Prefeitura Municipal de Vitória, ES, visando a acompanhar, nos movimentos curriculares, táticas, estratégias e processos de negociações criados por professores e alunos nos usos dos artefatos culturais. Utiliza, para a produção dos dados, as redes de conversações inseridas num espaçotempo singularizado e tecido com os fios da experiência individual e coletiva. Utiliza a estratégia da observação participante, visando a capturar o que fabricam os alunos e professores com os usos que fazem dos produtos culturais, assim como procura visibilizar, por meio das conversas tecidas com os professores e alunos, os processos de criação e invenção dos currículos, das culturas e dos cotidianos escolares. Pontua que as múltiplas trocas de questionamentos, descobertas, conflitos de ideias contribuem para o fortalecimento das redes de linguagens, conhecimentos, afetos e afecções, de modo que as discussões coletivas favoreceram a produção de sentidos compartilhados, a compreensão mútua e o estabelecimento de redes de solidariedade. Aponta que os produtos culturais consumidos por professores e alunos são, constantemente, ressignificados, transformados e reinventados por múltiplas redes de saberes, valores, sentimentos, pensamentos, que são tecidas, individual e coletivamente, na produção do currículo praticado. Conclui pela necessidade de ampliação dos espaçostempos de circularidade de sentidos que possibilitem renovação, criação, autonomia e reflexão coletiva no processo de fabricação de um currículo, indicando que esse movimento, que ocorre na interface entre cultura, artefatos e cotidiano, é dinâmico, plural, multifacetado, acenando para novos possíveis para a escola e para as políticas públicas em Educação

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