A LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO DO CAMPO DA UFES E OS DESAFIOS DA PERMANÊNCIA CAMPESINA NO ENSINO SUPERIOR

Nome: ROBERTA GONÇALVES DUARTE
Tipo: Dissertação de mestrado profissional
Data de publicação: 30/08/2019
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
DEBORA MONTEIRO DO AMARAL Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
DEBORA MONTEIRO DO AMARAL Orientador
RAMOFLY BICALHO DOS SANTOS Examinador Externo
VALTER MARTINS GIOVEDI Examinador Interno

Resumo: Esta pesquisa buscou compreender os principais motivos que têm impossibilitado a permanência estudantil no curso de Licenciatura em Educação do Campo – campus Goiabeiras da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e os caminhos a serem trilhados para enfrentar essa problemática. Segundo o Sistema de Informação para o Ensino da Ufes, dos (as) 354 estudantes matriculados (as) entre os anos de 2014 e 2018, 28 desistiram formalmente, 39 foram desligados (as) por abandono, cerca de 40 não estavam frequentando total ou parcialmente as atividades acadêmicas no primeiro semestre de 2018 e 1 discente fez reopção de curso, o que justificou a necessidade deste estudo. O referencial teórico-metodológico utilizado baseia-se em Paulo Freire e em teóricos da educação popular. Para produção de dados foram utilizados questionários, entrevistas individuais e coletivas e análises compartilhadas, conforme os pressupostos da pesquisa participante, visando propor ações que possibilitem contribuir para a superação dos problemas observados. Os resultados sinalizaram que a evasão no curso é um fenômeno multifatorial, assim como ocorre de forma geral no Ensino Superior brasileiro. Das 14 categorias de análise que emergiram, 10 são relacionadas aos desafios da permanência estudantil e 4 referem-se aos desafios pedagógicos do curso. Entre os fatores destacados pelos (as) discentes como motivadores da descontinuidade dos estudos estão o desconhecimento sobre o curso, tensões e conflitos internos, dificuldades na realização das atividades acadêmicas e relacionadas ao trabalho, problemas familiares e financeiros, preconceito e não reconhecimento do poder público. Os dados demonstram que a Universidade ainda não está preparada para receber a classe trabalhadora, em especial a camponesa, que possui tempos, vivências, necessidades e perspectivas diferentes. Sendo esse um curso composto majoritariamente por mulheres, os diálogos denotam ainda uma visão patriarcal da sociedade, em que a mulher é vista como responsável pelo cuidado da família e da casa. Assim, entende-se que as políticas de assistência estudantil devem atentar para as demandas dos (as) estudantes de origem popular, ofertando suportes que dialoguem com suas realidades.

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