A AUTORREFLEXÃO COLABORATIVO-CRÍTICA COMO PRINCÍPIO PARA FORMAÇÃO CONTINUADA: PERSPECTIVAS PARA INCLUSÃO ESCOLAR
Nome: FERNANDA NUNES DA SILVA
Tipo: Dissertação de mestrado profissional
Data de publicação: 11/09/2019
Orientador:
Nome | Papel |
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MARIANGELA LIMA DE ALMEIDA | Orientador |
Banca:
Nome | Papel |
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ANDRESSA MAFEZONI CAETANO | Examinador Interno |
DENISE MEYRELLES DE JESUS | Examinador Interno |
MARIANGELA LIMA DE ALMEIDA | Orientador |
RITA DE CÁSSIA BARBOSA PAIVA MAGALHÃES | Examinador Externo |
Resumo: A presente dissertação de mestrado objetivou compreender a formação continuada dos profissionais da educação, numa perspectiva da autorreflexão colaborativo-crítica, com a intencionalidade de contribuir com o processo de inclusão escolar dos alunos público-alvo da Educação Especial. Para isso, fundamentou-se na teoria da ação comunicativa de Habermas e na colaboração autorreflexiva entre pesquisadores e professores participantes proposta por Carr e Kemmis, tomando-os também como autores e investigadores de sua prática. De natureza qualitativa, assumiu-se a pesquisa-ação colaborativo-crítica como perspectiva de investigação com o outro, cuja realização se deu através de movimentos não lineares de compreensão e de colaboração com o contexto. Buscou-se, concomitantemente, compreender os processos de formação continuada em sua interface com a Educação Especial em uma escola municipal de ensino fundamental da Serra/ES e colaborar com a construção de um processo formativo via grupo de estudo-reflexão, tomando a autorreflexão colaborativo-crítica e a inclusão escolar como princípios. A produção de dados valeu-se de instrumentos e estratégias como a observação participante, com registro em diário de campo, entrevistas semiestruturadas, questionários semiabertos, narrativas escritas e diálogos estabelecidos no grupo de estudo-reflexão e na escola. Os dados foram organizados a partir da análise de conteúdo e analisados à luz da teoria crítica de Habermas. A análise dos dados indica que as concepções de Educação Especial, de inclusão escolar e de formação continuada presentes nos discursos dos profissionais, embora ainda bastante permeadas pela racionalidade instrumental, revelam uma possível transição rumo a perspectivas mais críticas e/ou comunicativas. Os profissionais enfatizaram a necessidade de formação continuada voltada ao processo de inclusão escolar, dado que a garantia de espaços de reflexão e de formação docente era, naquele momento, um desafio para a organização da escola. Constituiu-se, então, um grupo de estudo-reflexão com profissionais dessa escola, tendo como interesse comum a Educação Especial na perspectiva da inclusão escolar. O grupo configurou-se em um espaço discursivo no qual, por meio da autorreflexão colaborativo-crítica, pôde repensar suas próprias práticas. O estudo mostra que o grupo de estudo-reflexão se colocou como alternativa aos modelos tradicionais de formação docente e a pesquisa-ação colaborativo-crítica como possibilidade de construção de conhecimento com o outro, transformando concepções e práticas em prol de uma escola inclusiva, favorecedora da aprendizagem de todos. Apresenta-se como produto educacional desta pesquisa uma proposta de formação continuada pela via de grupos de estudo-reflexão para orientar e subsidiar a construção de outros modos de formação pelos profissionais da educação em seus próprios espaços de atuação.