Um Estudo Fenomenológico Sobre Três Crianças Adotadas Tardiamente e Seus Primeiros Contatos Com a Escola

Nome: GISELLE CRISTINA DE SOUZA DUTRA
Tipo: Dissertação de mestrado profissional
Data de publicação: 22/09/2021
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
VITOR GOMES Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
ANGELA MARIA CAULYT SANTOS DA SILVA Examinador Externo
DEBORA CRISTINA DE ARAUJO Examinador Interno
VITOR GOMES Orientador

Resumo: Trata-se de um estudo para desvelar a história de três crianças, adotadas tardiamente, em seus primeiros contatos com a escola, a partir de suas narrativas e das falas das mães e das professoras que as acompanharam no período de pós-adoção. Apresenta aspectos históricos da institucionalização e adoção no Brasil, principalmente, as mudanças legais que geraram novas posturas e compreensões sobre a infância, durante o século XX, e discute mitos originados no senso comum, historicamente constituídos, que se desdobram em práticas culturais. O conceito de adoção é discutido na perspectiva de Schettini Filho (1999), Vargas (1998) e Weber (2011) e em pesquisas recentes na área da Psicologia. Em termos metodológicos, faz-se uso do método fenomenológico de pesquisa cuja fundamentação teórica baseia-se em Merleau-Ponty (2011), Holanda (2009), Forghieri (2017), Amatuzzi (2003) e Gomes (2004). Parte do entendimento da Fenomenologia, definida como ciência das essências e/ou estudo dos fenômenos. Trata-se de Fenomenologia eidética, cujo objetivo é apresentar a experiência vivenciada, que delineia o fenômeno da adoção tardia, entre sete e treze anos de idade, na perspectiva do contexto escolar pós- adoção, apresentando as especificidades dessa criança ou adolescente em imbricação com a escola. Utiliza, como instrumentos de pesquisa, o diário de campo, a entrevista com roteiro flexível e as Versões de Sentido. As descrições/percepções apreendidas por meio dos instrumentos de pesquisa são tratadas a partir do movimento que se dá entre o Envolvimento Existencial e o Distanciamento Reflexivo. Os resultados e discussões evidenciam diversas questões psicológicas e sociológicas que precisam ser consideradas nesses encontros de histórias de vida que se dão dentro da escola. Apresenta argumentos em relação à necessidade de uma análise contextualizada e multifacetada, quando se trata de adoção, ampliando o olhar para além de concepções generalistas e deterministas. Busca-se a compreensão dessas questões por meio da análise dos seguintes pontos: o lugar ideológico da criança adotada, o ser professor de adotados e não adotados e as práticas pedagógicas acolhedoras e inclusivas. A pesquisa revela, além da urgência em tratar a adoção como ela realmente é, a necessidade de a escola trabalhar as diferenças e as distintas configurações familiares. Tomando por base os modos de ser da Fenomenologia, afirma que movimento de observação-registro-reflexão pode contribuir significativamente para uma ação pedagógica intencional e comprometida. Compreende-se que a escola precisa ser um espaço de reflexão, de construção identitária, de respeito às diferenças e de garantia de direitos de todos, adotados e não adotados. Apresenta, ainda, um produto educacional, no formato de três videoaulas, que trata dos conceitos e modalidades da adoção e das possibilidades de abordagem desse tema na prática educativa.

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