Diálogos Sobre Medicalização Na/da
educação Com Professores pela Via da Formação Continuada

Nome: SIMONE BOURGUIGNON KANISKI
Tipo: Dissertação de mestrado profissional
Data de publicação: 18/08/2022
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
ALEXANDRO BRAGA VIEIRA Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
ALEXANDRO BRAGA VIEIRA Orientador
ANDRESSA MAFEZONI CAETANO Examinador Interno
FABIANE ROMANO DE SOUZA BRIDI Examinador Externo

Resumo: A dissertação traz como objetivo constituir processos de formação continuada com uma unidade de ensino da Rede Municipal de Guarapari/ES para que os professores possam aprofundar seus saberes-fazeres sobre os impactos da medicalização nos processos de ensino- e aprendizagem de alunos matriculados nos anos iniciais do ensino fundamental. Adota como objetivos específicos: a) promover um levantamento do número de estudantes matriculados na escola investigada com encaminhamentos para diagnóstico e uso de algum tipo de medicação;
b) criar uma rede de escuta com os professores para compreender os motivos e justificativas que adotam para o encaminhamento desses alunos aos serviços de saúde na busca pelo uso de algum tipo de medicação; c) constituir um levantamento (com os professores) que consideram relevante para aprofundar teoricamente em momentos de formação continuada em contexto sobre a temática medicalização na/da educação; d) compor os momentos de formação com os professores para a reflexão sobre as temáticas levantadas, ampliando os saberes-fazeres docentes acerca dos impactos da medicalização na educação e a importância de se potencializar as práticas pedagógicas para o trabalho com a diferença/diversidade humana; e) colaborar para que novas linhas de análise sejam constituídas sobre os processos de ensino e aprendizagem dos alunos diversos a partir da pesquisa implicada. Este estudo elege como referencial teórico, aproximações com as teorizações de Boaventura de Sousa Santos (2006, 2007, 2008), autores que discutem a medicalização na/da educação e seus impactos nos processos de ensino e aprendizagem, como Collares e Moyses (2010), Guarido (2010), Meira (2012), Santos (2014), dentre outros, e autores da formação de professores, tais como: Nóvoa (1995) e Freire (1996). Metodologicamente, trata-se de uma pesquisa qualitativa, que adota como método a pesquisa-ação colaborativo-crítica, realizada por meio de: a) solicitação de autorização à Secretaria de Educação e à escola para desenvolvimento da pesquisa; b) consulta documental; c) uso de questionários para levantamento das temáticas de formação continuada; d) organização e vivência de processos de formação com a escola, envolvendo 20 profissionais de uma escola da Rede Municipal de Ensino de Guarapari/ES. Os processos formativos foram realizados remotamente pela plataforma MEET e gravados. Os dados foram produzidos do mês de agosto de 2021 ao mês de novembro do mesmo ano. Como resultados, o estudo demonstra que: a) o fenômeno da medicalização tem ganhado espaço nas escolas; b) os estudantes considerados com algum desvio passam a ser diagnosticados, encaminhados aos serviços de saúde, com uso de psicofármacos e direcionados para a Educação Especial; c) a medicalização tem impossibilitado discussões sobre questões que atravessam a mediação do conhecimento na escola quando coloca o aluno como o responsável pelas barreiras/desafios que atravessam os processos de ensino e aprendizagem; d) a formação continuada de professores se coloca efetiva como uma política despatologizante, quando leva os profissionais da educação a problematizar o fenômeno da medicalização na/da educação apostando em práticas pedagógicas mais inclusivas como possibilidades para que os alunos encontrem maiores sentidos no trabalho pedagógico.

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