CULTURAS JUVENIS E EDUCAÇÃO ESCOLARIZADA: MOVIMENTOS CULTURAIS COM JOVENS EM CONTEXTOS EMPOBRECIDOS

Nome: FLÁVIO GONÇALVES DE OLIVEIRA

Data de publicação: 06/12/2023

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
RENATA DUARTE SIMOES Orientador

Resumo: A pesquisa compõe movimentos culturais com jovens em contextos escolares empobrecidos, com base nas vivências constituídas em uma escola pública estadual, localizada no município de Cariacica/ES, e está vinculada ao Programa de Pós-Graduação de Mestrado Profissional em Educação do Centro de Educação da Universidade Federal do Espírito Santo. No diálogo com as juventudes, o estudo se pauta em teóricos (Abramo, 1996; Foracchi, 2018; Groppo, 2000, 2004, 2015, 2016, 2017; Pais, 1990, 2003; Peralva, 1997) que compreendem a juventude como construção histórico-social atravessada por outras variáveis sociais, como gênero, raça, classe social. Para compreender como a pobreza afeta os jovens, a investigação recorre a teses (Cararo, 2015; Carneiro, 2005; Codes, 2008; Nascimento, 2013) que alargam a compreensão dessa condição para além da carência material, analisando-a como fenômeno multidimensional e complexo, que impacta a vida de milhares de pessoas, vítimas de diferentes violências e violações de direitos. A análise parte da crítica à concepção caritativa e moralista de pobreza (Arroyo, 2012, 2013, 2014, 2015, 2019a, 2019b), que está presente na relação da escolarização com esses sujeitos, e busca ampliar olhares acerca das culturas juvenis que transitam na escola, reconhecendo seus praticantes como sujeitos socioculturais de saberes e valores próprios (Dayrell, 2003, 2005, 2007, 2011, 2016). Pela abordagem qualitativa, fundamentada na
pesquisa-ação (Barbier, 2002; Franco, 2005; Pimenta; Franco, 2012; Thiollent, 2009; Trip, 2005) e sistematizada por meio de movimentos culturais com os jovens participantes, a composição estabelece conversações crítico-reflexivas com o coletivo sobre as problemáticas que atravessam a condição juvenil em contextos em que a vida é precarizada. Discute, também, como os espaços/tempos escolares reforçam as imagens estereotipadas acerca das juventudes empobrecidas, contribuindo para a manutenção de muitas dependências. Em contrapartida, a pesquisa aposta na construção coletiva do conhecimento por meio da interlocução com saberes típicos do universo juvenil, como as linguagens artístico-culturais. Fundamentada nos movimentos dialógicos, conclui que é possível constituir práticas pedagógicas mais democráticas, que respeitem as sociabilidades juvenis e que proporcionem percursos escolares mais próximos daquilo que os jovens, efetivamente, vivem e sentem.

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