AFRORRELIGIOSOS NO ENSINO SUPERIOR: TRAJETÓRIAS DE ESCOLARIZAÇÃO DE LIDERANÇAS NA REGIÃO METROPOLITANA DE VITÓRIA/ES
Nome: MARIA RAQUEL SOUZA KRULL
Data de publicação: 05/10/2023
Banca:
Nome | Papel |
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CLEYDE RODRIGUES AMORIM | Presidente |
MARILEIDE GONÇALVES FRANÇA | Examinador Externo |
ROSENILTON SILVA DE OLIVEIRA | Examinador Externo |
Resumo: Esta pesquisa de mestrado buscou apresentar o percurso das lideranças afrorreligiosas, babalorixás e ialorixás, ao ensino superior, destacando a integração dos saberes do terreiro com os saberes acadêmicos e as contribuições que a ascensão educacional proporciona aos adeptos das religiões afro-brasileiras. Desse modo, vincula-se ao Projeto Africanidades Transatlânticas: história, cultura e memórias afro-brasileiras da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) e discute parte dos resultados da pesquisa de mapeamento de terreiros de umbanda, além de outros aspectos relevantes em relação a cultura afrorreligiosa e o campo educacional. Os dados apontam ações discriminatórias, tanto no território de culto quanto nos ambientes das instituições de educação. Entendemos que o racismo religioso atravessa esses sujeitos ao longo da história, e dentro dos muros da escola não é diferente, por isso muitos adeptos silenciam sua fé, negam sua crença e tem sua cultura apagada dos planejamentos escolares. A pesquisa foi desenvolvida nos terreiros de axé nos municípios de Fundão, Serra, Vitória, Cariacica, Vila Velha, Viana e Guarapari. Dialogamos com estudiosos que abordam o racismo religioso dentro da escola, com atenção a oralidade dos saberes compreendidos nos terreiros, suas memórias e trajetórias de vida. Percebemos que, além do processo formativo que as lideranças promovem dentro dos terreiros a partir dos seus conhecimentos tradicionais, as vivências e os conhecimentos adquiridos no meio acadêmico e educacional, exercem significativa influência nas ações sociais que realizam nos terreiros e que se ampliam para a comunidade em seu entorno, quebrando muitos estereótipos, mostrando que os territórios de religiões Afro-brasileiras são espaços não formais de educação, produz conhecimento e a ascensão educacional das lideranças influenciam positivamente na vida dos demais adeptos.