A RELAÇÃO UNIVERSIDADE E ESCOLA E OS ESTÁGIOS SUPERVISIONADOS OBRIGATÓRIOS DE CURSOS DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES
Nome: ÉRICA ALCANTARA PINHEIRO DE PAULA
Data de publicação: 11/09/2024
Banca:
Nome | Papel |
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ELISANGELA ANDRÉ DA SILVA COSTA | Examinador Externo |
GEIDE ROSA COELHO | Examinador Interno |
KALLINE PEREIRA AROEIRA | Presidente |
Resumo: Esta pesquisa investiga a relação existente entre a Universidade e a Escola de Educação Básica no contexto dos processos de Estágios Supervisionados obrigatórios e sua potencial contribuição para a formação inicial e contínua de professores. Analisa as concepções de professores sobre como os processos de Estágio nas Licenciaturas do Campus de Goiabeiras da Universidade Federal do Espírito Santo contribuem para a formação docente e como tem ocorrido a articulação nesse contexto formativo do licenciando, em formação inicial, dos professores supervisores e orientadores do Estágio em formação contínua. O referencial teórico assumido nesta pesquisa reporta-se às contribuições de estudos voltados para a formação de professores com destaque para os estudos de Garcia (1999), Pimenta (1997, 2012), Alarcão (2011), Nóvoa (1995, 2017; 2022), Pimenta e Lima (2017) e Freire (1996). A metodologia adotada refere-se a uma pesquisa exploratória, na perspectiva crítico-dialética, sendo uma pesquisa de caráter qualitativo. Foram realizadas entrevistas com docentes da Universidade e da Escola envolvidos no processo de Estágio Curricular Supervisionado (nos anos finais do ensino fundamental, em razão da delimitação da pesquisa), e uma pesquisa documental para mapeamento das normativas e documentos relativos ao Estágio Supervisionado Curricular dos Cursos de Licenciatura da Universidade Federal do Espírito Santo. Além disso, foi realizada uma breve análise das Diretrizes para a Formação de Professores, estabelecidas nas normativas nacionais, que aponta um cenário de retrocesso das políticas em torno da formação de professores com a revogação das Diretrizes Nacionais de 2015 pelas Diretrizes de 2019 - cenário não modificado pelas novas Diretrizes (aprovadas em 2024, que apresentam diversos aspectos que fragilizam a formação docente). Os dados obtidos foram analisados pela técnica da análise de conteúdo. Os resultados da pesquisa de campo revelaram uma diversidade de concepções entre os docentes sobre o Estágio. Esse contraste nas percepções destaca a importância de aproximar a Universidade e as Escolas, fomentando ações formativas que ampliem essas concepções e contribuam para uma formação docente mais enriquecedora no sentido teórico-prático. Os relatos dos participantes indicam que, apesar das práticas de Estágio já incluírem imersão e reflexão crítica, ainda existem oportunidades para fortalecer a articulação entre Universidade e Escola, promovendo maior interação entre os docentes e os licenciandos. Isto é, mesmo com os desafios identificados - como entraves burocráticos, divergência de calendários e condições de trabalho que limitam a participação ativa dos professores da Educação Básica -, foram identificadas oportunidades para potencializar os estágios curriculares supervisionados. Projetos de ensino, pesquisa e extensão que integrem formação inicial e contínua, além de incentivar uma colaboração mais próxima entre Universidade e Escola foram mencionados como caminhos. Conclui-se que a superação dos desafios e o aproveitamento das oportunidades demandam um esforço conjunto e o apoio institucional necessário para enfrentar as dificuldades, garantindo uma formação docente mais integrada e contextualizada. Finalmente, como Produto Educacional, propusemos a Criação de um Núcleo como espaço Institucional de articulação entre Universidade e Escola e Estágios Curriculares.