(IN)VISIBILIZAÇÃO DOS SABERES DE POVOS AFRIKANOS E DE MATRIZ AFRIKANA: UMA DISCUSSÃO SOBRE DECOLONIZAÇÃO CURRICULAR

Nome: ABRAÃO NICODEMOS CHANHINO NDJUNGU

Data de publicação: 20/09/2024

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
CLEYDE RODRIGUES AMORIM Presidente
OSVALDO MARTINS DE OLIVEIRA Examinador Interno
OTAIR FERNANDES DE OLIVEIRA Examinador Externo

Resumo: Esta pesquisa, intitulada “(In)visibilização dos saberes de povos de matriz afrikana: uma discussão sobre a decolonização curricular” se propõe a discutir sobre como os saberes das populações tradicionais de matriz afrikana se relacionam com a escola. Partimos da aplicabilidade do ensino de História e Cultura Afro-brasileira na escola, conforme estabelecido pela Lei 10.638-203 e na LDB, que apontam para a construção de uma escola inclusiva, antirracista e de enfrentamento as colonialidades, temas que deveriam constar no processo de elaboração do currículo escolar, e no Projeto Político Pedagógico (PPP). Dialogamos com Fanon (2008), Oyewúmí (2002), Grosfoguel (2016), Noguera (2012), Santos (2006), Gomes
(2013), (2014) e (2020), Mbembe (2018), enfatizando que o racismo epistêmico presente no currículo escolar, ignora saberes de estudantes e professores afrikanos da diáspora, e com isso objetivamos ampliar o debate sobre: o enfrentamento do racismo e da desigualdade racial e epistêmica na escola; a promoção de uma educação emancipatória ligada às tradições presentes nos terreiros e quilombos; a produção da intelectualidade afrikana e afrodiaspóricas. Essa discussão contribui para desnudar o mito da democracia racial presente no currículo formal, que promove a exclusão e a invisibilização da história e dos saberes inerentes a esses grupos historicamente apagados dos livros e da escola, física ou simbolicamente. A pesquisa foi realizada em duas escolas de ensino fundamental, nos municípios de Serra e de Vila -Velha exclusivamente com professores e em território de matriz afrikana, com sacerdotes, trabalhadores da casa e pais de alunos de matriz afrikana, a fim de entendermos seus posicionamentos como currículo exclui e aniquila a identidades desses alunos, e se na percepção deles ele atende ou invisibiliza corpos afrikanos e suas subjetividades, suas demandas culturais e como a escola enxerga os saberes tradicionais de matriz afrikana confirmadas pela da Lei 10.639-2003. Como aporte teórico-metodológico do estudo, utilizaremos a metodologia de pesquisa qualitativa empírica com uma abordagem decolonial, empregando o método de observ(ação) intervenção na perspectiva dialógica. Uma vez que entendemos que conforme é demonstrado nas tradições afrikanas, não existe separação entre os elementos de uma sociedade, logo existe uma relação direta entre pesquisador e objeto que se pesquisa, propondo assim por meio de narrativas e escrevivências, outras novas perspectivas e possibilidades de existência, de (re)existência e de insurgência epistêmica. A coleta de dados foi realizada com duas mães de santo, ambas do Candomblé, sendo que uma é professora/pedagoga, com pais de alunos que frequentam o mesmo templo e com 7 professores e em duas escolas pública do município de Vila Velha. Os resultados foram analisados tendo como base o referencial teórico utilizado, demonstrando como os saberes tradicionais de matriz afrikana podem ser ferramentas potentes de propagação do conhecimento, de afirmação e formação da identidade de matriz afrikana no Brasil.

Acesso ao documento

Transparência Pública
Acesso à informação

© 2013 Universidade Federal do Espírito Santo. Todos os direitos reservados.
Av. Fernando Ferrari, 514 - Goiabeiras, Vitória - ES | CEP 29075-910