MEMÓRIAS ANCESTRAIS E RESISTÊNCIAS CULTURAIS: O QUE APRENDEMOS COM E A PARTIR DE NETOS/AS E AVÓS DE IMIGRAÇÃO POMERANA?
Nome: MAYLA RUTCHER ARAUJO
Data de publicação: 11/04/2025
Banca:
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Papel |
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ANA LUCIA GOULART DE FARIA | Examinador Externo |
ERINEU FOERSTE | Examinador Interno |
OZIRLEI TERESA MARCILINO | Examinador Interno |
ROGERIO DRAGO | Examinador Interno |
ROSALI RAUTA SILLER | Presidente |
Resumo: A educação intercultural na perspectiva da decolonialidade envolve posturas políticas comprometidas com a superação das violências epistêmicas históricas, a fim de contribuir com a preservação dos saberes ancestrais que atravessam o campo educacional e a resistência cultural de povos e comunidades tradicionais. Nesse viés, esta pesquisa busca, nas memórias e histórias de crianças e de avós de imigração pomerana, saberes ancestrais que possam contribuir com práticas e políticas públicas interculturais na perspectiva da decolonialidade. Apoia-se no aporte teórico de pesquisadores/as da sociologia da infância, como William Corsaro (2011) e do grupo Modernidade-Colonialidade, formado predominantemente por intelectuais da América Latina, como Catherine Walsh (2005; 2009), Walter Mignolo (2005) e Quijano (1992); além dos historiadores e sociólogos Hobsbawm (1995, 2015), Bosi (1994) e Halbwachs (1986). Também dialoga com autores que discutem a temática da imigração, como Sayad (1998; 2000) e Haesbaert (2004). Emprega uma abordagem metodológica qualitativa, com ênfase na História Oral, por meio de entrevistas semiestruturadas e rodas de conversa. Envolve como participantes: crianças com idades entre 4 e 5 anos, regularmente matriculadas na pré-escola; crianças com idades entre 11 e 13 anos, matriculadas nos sextos anos do Ensino Fundamental Anos Finais da Escola Municipal de Educação Infantil e Ensino Fundamental “Antônio Gonçalves”, localizada na zona rural do município de Santa Maria de Jetibá-ES; avós de algumas dessas crianças, que são descendentes de imigrantes pomeranos. Assim, documenta saberes ancestrais do povo tradicional de imigração pomerana, contribuindo com a construção de uma educação intercultural, alinhada com uma abordagem decolonial desde a Educação Infantil. Infere que a transmissão do pomerano enquanto língua materna e os saberes tradicionais têm sido atravessados por processos de resiliência e adaptação, e que a construção de práticas educativas bilíngues, interculturais e decoloniais compõe um processo contínuo e coletivo, essencial para a preservação dos saberes ancestrais e para o combate às violências epistêmicas.