A QUEM SERVE O LAUDO? ALGUMAS PROBLEMATIZAÇÕES NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Nome: ROSSANA DIAS OLIVEIRA
Data de publicação: 09/06/2025
Banca:
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Papel |
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JAIR RONCHI FILHO | Presidente |
VASTI GONÇALVES DE PAULA | Examinador Externo |
VITOR GOMES | Examinador Interno |
Resumo: Este trabalho problematiza o crescente número de laudos clínicos na primeira infância e as práticas medicalizantes que os permeiam, refletindo sobre seus impactos na produção de diagnósticos no cotidiano escolar. A pesquisa buscou compreender a quem interessa o laudo, o que significa ser criança na Educação Infantil e quais fatores históricos e sociais sustentam a medicalização desde os primeiros anos de vida. A metodologia adotada combina a cartografia compreendendo que a investigação afeta tanto o pesquisador quanto os sujeitos envolvidos e a Análise de Discurso foucaultiana, com ênfase nas relações de saber-poder que atravessam os discursos médicos e educacionais. Foucault (1987) também foi convocado para discutir a "docilidade dos corpos", frequentemente associada à medicação. Dialogamos também com Illich (1975), Caliman (2016) e Collares e Moysés (1996), que analisam a era dos transtornos e a patologização da vida, entre outros autores que tensionam a patologização da infância. Os Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs) da Prefeitura Municipal de Vitória compõem o campo empírico desta pesquisa, sendo também o local em que atuo como servidora pública. Atualmente, desempenho a função de técnica pedagógica na Coordenação de Educação Especial da Secretaria Municipal de Educação de Vitória, ainda que minha formação e trajetória profissional estejam diretamente ligadas à Educação Infantil. Como produto educacional, desenvolvido como pré-requisito do mestrado profissional, foi criado um infográfico cujo objetivo é desconstruir a centralidade do laudo médico nos processos que envolvem a primeira infância. A proposta valoriza o brincar como prática com potencial desmedicalizante e despatologizante. Concluímos ressaltando a urgência de um olhar crítico sobre a medicalização da infância, propondo alternativas que respeitem a singularidade de cada criança.