CARTOGRAFANDO AS INTERFACES EDUCAÇÃO ESPECIAL E EDUCAÇÃO DO
CAMPO: desvelando epistemologias, produção de existências e saberes credíveis
Nome: CHRISTIANO FELIX DOS ANJOS
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 03/09/2021
Orientador:
Nome | Papel |
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DENISE MEYRELLES DE JESUS | Orientador |
Banca:
Nome | Papel |
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GILSILENE PASSON PICORETI FRANSCISCHETTO | Examinador Externo |
WASHINGTON CESAR SHOITI NOZU | Examinador Externo |
ERINEU FOERSTE | Examinador Interno |
REGINALDO CÉLIO SOBRINHO | Examinador Interno |
DENISE MEYRELLES DE JESUS | Orientador |
Resumo: Nas últimas décadas, se presentificam um número cada vez mais emergente
de estudos voltados para os processos de escolarização do público-alvo do
aluno da Educação Especial em escolas do campo. A partir disso, temos como
objetivo analisar os diferentes discursos que perpassam as Interfaces
Educação Especial e Educação do Campo com o intuito de desenvolver mapas
simbólicos que desvelam outras epistemologias invisibilizadas e os
mecanismos que provocam sua invisibilização. A tese que buscamos
defender/construir diz respeito a não existência de uma Interface Educação
Especial e Educação do Campo, e sim Interfaces. Ao seu turno, também
entendemos que existem epistemologias dominantes que contribuem para a
exclusão e desigualdade do público-alvo da Educação Especial do Campo, e
para subverter essa lógica é necessário reconhecer a existência de
epistemologias das Interfaces Educação Especial e Educação do Campo para
desterritorializar práticas coloniais ao mesmo tempo que torna possível a
religação desses saberes invisibilizados, fragmentados e desconectados.
Como referencial teórico, utilizamos os estudos referente as Epistemologias do
Sul de Boaventura de Sousa Santos, bem como a natureza metodológica da
cartografia simbólica referenciada pelo mesmo autor. Em nossa pesquisa
utilizamos três conjuntos de dados para análise, censo educacional dos anos
de 2009/2012/2015/2018, análise de 41 dissertações e teses que versavam
sobre a temática das Interfaces Educação Especial e Educação do Campo e
entrevista com cinco pesquisadores escolhidos do escopo das dissertações e
teses analisadas. Como principais resultados temos indicativos que os direitos
educacionais, para as populações com deficiência no campo, mesmo
possuindo o seu direito à educação presente nas legislações vigentes, se
presentificam mecanismos que se tornam impeditivos do acesso aos direitos
garantidos para sua escolarização. Tais mecanismos se constituem em
aparatos hegemônicos alçados por epistemologias dominantes e movimentos
políticos que contribuem com a desigualdade e exclusão das Interfaces
Educação Especial e Educação do Campo. Ao seu turno, evidenciamos
movimentos embrionários de epistemologias, saberes e fazeres transgressores
que buscam subverter essa dinâmica em ações contra hegemônicas. Por fim,
ressaltamos a necessidade de uma construção de conhecimento em conjunto
entre universidade e as realidades locais para que haja um diálogo entre a
produção de conhecimento acadêmico e os saberes que são produzidos nos
espaços de vivências do campo, pois assim podemos destituir a hierarquia da
produção do conhecimento, permitindo que se crie zonas de inteligibilidade que
potencialize os diversos tipos de conhecimento.