SER CEGO: IMPLICAÇÕES DO/NO PROCESSO DE FORMAÇÃO IDENTITÁRIA DA PESSOA
Nome: MERISLANDIA PAULO DA SILVA CARVALHO
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 19/10/2021
Orientador:
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Papel |
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DENISE MEYRELLES DE JESUS | Orientador |
Banca:
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Papel |
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DENISE MEYRELLES DE JESUS | Orientador |
EDSON PANTALEÃO ALVES | Examinador Interno |
FABIANA ALVARENGA RANGEL | Examinador Externo |
MARIANGELA LIMA DE ALMEIDA | Examinador Interno |
RITA DE CÁSSIA BARBOSA PAIVA MAGALHÃES | Examinador Externo |
Resumo: Este estudo teve como objetivo analisar a constituição dos processos de formação identitária de
três pessoas cegas, congênitas ou adquiridas, pela via da história de vida, a partir dos eixos
centrais: família, comunidade e escola. Como perspectiva teórica, conta com as contribuições
de Boaventura de Sousa Santos, das quais traz alguns conceitos, premissas e/ou orientações,
problematizando o vivido das/pelas pessoas imbricadas na pesquisa. De natureza qualitativa,
assume a história de vida como perspectiva teórico-metodológica, em que, ao narrar, a pessoa
pode dar maior ou menor ênfase aos fatos, criando possibilidades e significados a partir do
vivido e refletindo sobre a situação. A composição de dados se valeu de instrumentos como
bloco de questões com temas amplos e entrevistas recorrentes. Participaram do estudo três
mulheres residentes no Espírito Santo. As análises dos dados indicam que o conhecimento
familiar sobre as possibilidades das pessoas cegas em se relacionar com o meio influencia a
autonomia das participantes do estudo, delineando os processos de formação identitária em
curso. Com isso, quanto mais oportunidades lhes foram proporcionadas, maiores foram os
avanços em direção à liberdade e autonomia. Os dados evidenciam que os familiares que
possibilitam maior interação com o meio, acreditando no potencial da pessoa cega, o contato
em diferentes espaços e com pessoas que circulam em tais ambientes, as brincadeiras com os
colegas e as diversas oportunidades de vivenciar o mundo, além de propiciar maior
conhecimento de suas possibilidades, influenciam a autoconfiança, traduzindo-se em maiores
oportunidades em seu percurso. As informações se apresentam ora com fortes traços de uma
escolarização em uma perspectiva inclusiva, ora permeadas por situações excludentes, que
trazem à pessoa cega impotência e desconforto, muitas vezes profundos, enquanto a
escolarização em uma perspectiva inclusiva se traduz em momentos marcantes e de
pertencimento a partir da participação efetiva no contexto escolar, tendo o aluno cego direito à
escolarização garantido, com acesso, permanência e aprendizagem no processo. Fatos estes que
nos instigam a continuar a luta por vidas cidadãs.