PELO DESENVOLVIMENTO DO ENSINO DE GEOGRAFIA HISTÓRICO-CRÍTICO: ANÁLISE DOS CURRÍCULOS DO ENSINO FUNDAMENTAL DOS MUNICÍPIOS DE CASCAVEL (PR) E BAURU (SP)
Nome: PAULIANE PIMENTEL RHODES GONÇALVES
Data de publicação: 28/03/2024
Banca:
Nome | Papel |
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MARCELA DE MORAES AGUDO | Examinador Externo |
LUCAS ANDRE TEIXEIRA | Examinador Externo |
CAROLINA NOZELLA GAMA | Examinador Externo |
CARINA COPATTI | Examinador Interno |
Resumo: A geografia crítica passou a ter destaque no Brasil no âmbito acadêmico a partir da década de 1970 e passou a ser considerada de maneira específica para o ensino escolar apenas na década de 1980, em meio à abertura política pós-ditadura empresarial-militar. Embrincando em muitas vertentes críticas, o ensino da geografia crítica tomou novos rumos e dimensões de cunho
neoliberal, materializando-se em documentos educacionais na década posterior, como o de maior relevância nacional atualmente, a Base Nacional Comum Curricular. Diante disso, fazse necessário desvelar o campo do ensino de geografia. Assim, a tese central deste estudo é a de que o campo do referido ensino não foi suficientemente sistematizado no Brasil em uma perspectiva histórico-crítica. Sob o referencial teórico da pedagogia histórico-crítica, com base nas formulações marxistas que fundamentam o método materialista histórico-dialético, o objeto de estudo desta pesquisa é o ensino de geografia e a empiria, os currículos de Cascavel-PR e Bauru-SP, documentos publicados, respectivamente, em 2008 e em 2016, e que correspondem às primeiras elaborações curriculares fundamentadas na pedagogia histórico-crítica. Desse modo, esta investigação buscou como objetivo geral compreender as propostas curriculares de Cascavel-PR e Bauru-SP a fim de contribuir para a construção de um ensino de geografia histórico-crítico. Como objetivos específicos, este estudo apresenta: 1) Situar, a partir de uma pesquisa bibliográfica, os marcos históricos de constituição do campo de ensino de geografia e compreender as concepções críticas que nele se manifestam; e 2) Analisar as expressões teóricas da pedagogia histórico-crítica no que tange ao ensino de geografia nas propostas curriculares dos municípios de Cascavel-PR e Bauru-SP; e 3) Indicar o desenvolvimento de um ensino de geografia histórico-crítico. Conclui-se que o campo do ensino de geografia não foi suficientemente sistematizado no Brasil em uma perspectiva marxista e, portanto, não comporta criticidade; seu direcionamento tem sido para o esvaziamento do ensino e sua perpetuação, ofuscando possibilidades de formação omnilateral e desqualificação da educação geográfica escolar.