ESCOLARIZAÇÃO DE ESTUDANTES COM DEFICIÊNCIA VISUAL: UM ESTUDO SOBRE O ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO

Nome: LEONEIDA LADEIRA RODRIGUES MACEDO

Data de publicação: 25/02/2025

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
EDSON PANTALEAO ALVES Examinador Interno
MARILDA MORAES GARCIA BRUNO Examinador Externo

Resumo: Esta pesquisa analisa a escolarização dos estudantes com deficiência visual no município de
Cariacica-ES, com foco na relação entre o ensino na sala de aula comum e o Atendimento
Educacional Especializado. O objetivo foi compreender, problematizar e colaborar com os
processos de escolarização desses estudantes, analisando as políticas educacionais, as práticas
pedagógicas, os desafios enfrentados e as possibilidades. A pesquisa-ação colaborativo-crítica
foi adotada como metodologia, permitindo uma imersão nas práticas educacionais de duas
escolas municipais: uma reconhecida como polo na área de Deficiência Visual, para realização
do contraturno, na Sala de Recursos Multifuncionais, onde possui todo suporte especializado;
e a outra sem estrutura física e materiais especializados e de acessibilidade, mas possui mais
estudantes com essa condição. A investigação combinou observações, participantes, conversasentrevista individuais, conversas-formativas coletivas, a fim de compreender como a inclusão
ocorre nessas escolas. Os resultados evidenciaram a ausência de planejamento pedagógico
colaborativo, a insuficiência na formação dos profissionais para o uso adequado dos recursos
de acessibilidade e de materiais adaptados às necessidades dos estudantes com deficiência
visual. Constatou-se também a inexistência de avaliação funcional da visão para auxiliar na
definição de estratégias pedagógicas, o que resulta no uso inadequado de recursos como o
sistema Braille e fontes ampliadas, muitas vezes aplicadas de forma indiscriminada. A pesquisa
problematiza ainda a recente classificação da visão monocular como deficiência visual,
argumentando que o diagnóstico clínico, por si só, não deve ser determinante para o
encaminhamento ao Atendimento Educacional Especializado, sendo necessário considerar a
funcionalidade visual do estudante em seu contexto de aprendizagem. Tais fatores colocam
esses estudantes mais uma vez do “lado invisibilizado”, sem o cuidado de se pensar numa
“pedagogia diferenciada”, que vai além de adaptações superficiais e que compreenda, de fato,
as especificidades do estudante “concreto” – aquele que possui deficiência visual e que, para
além do direito à escolarização, necessita de recursos e estratégias específicas para garantir sua
participação plena no ambiente educacional. Afinal, a inclusão não pode ser apenas um
princípio abstrato, mas sim uma prática que dialoga com as necessidades individuais desses
estudantes, sendo sujeitos participativos no processo educativo. O estudo reforça ainda sobre a
importância de políticas públicas educacionais com investimento nas escolas públicas, a fim de
garantir recursos de acessibilidade, condições de acesso e permanência; bem como pensar em
diretrizes educacionais que auxiliem na efetivação de um ensino colaborativo, que possibilite a
participação ativa dos estudantes com deficiência visual.

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