Educação estética no ensino médio integrado: mediações das obras de arte de Raphael Samú.

Nome: PRISCILA DE SOUZA CHISTÉ LEITE
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 29/11/2013
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
GERDA MARGIT SCHUTZ FOERSTE Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
ELIZA BARTOLOZZI FERREIRA Examinador Interno
ERINEU FOERSTE Examinador Interno
GERDA MARGIT SCHUTZ FOERSTE Orientador
MARIA CIAVATTA FRANCO Examinador Externo
MARIA CRISTINA DA ROSA FONSECA DA SILVA Examinador Externo

Resumo: A tese em questão estabelece uma relação entre os campos da educação, arte, estética e trabalho. Investiga a Educação Estética no Ensino Médio Integrado (EMI) no Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes) campus Guarapari e tem como objetivo geral compreender como se desenvolve a Educação Estética de jovens nessa modalidade de ensino mediada pela arte, aqui representada pela obra de Raphael Samú, pintor, mosaicista, escultor e gravador, atuante no Espírito Santo. Como objetivos específicos, o presente trabalho busca problematizar o EMI, analisar a prática da Educação Estética nos cursos de Eletromecânica e Administração e contribuir com a construção de uma abordagem que colabore com a Educação Estética dos jovens que integram os referidos cursos. Para compreender esse campo educacional de estudo, esta tese estabelece um diálogo com as publicações e produções teóricas relacionadas com a Educação Estética, Juventude e EMI. Esse diálogo encaminha a investigação até as teorias de Karl Marx, Adolfo Sánchez Vázquez e Lev Semenovith Vigotski. Relaciona-se com Marx, quando aborda seus estudos sobre a estética e, mais especificamente, suas reflexões quanto ao embrutecimento dos sentidos provocado pela sociedade capitalista. A partir de Vázquez, procura ampliar as discussões sobre a estética iniciada por Marx e, com Vigotski, entra em contato com importantes considerações que associam a vivência estética ao campo da educação. Destaca os aspectos próprios da estética e da Educação Estética e suas relações diante dos desafios impostos pela sociedade contemporânea. Na busca de compreender os alunos integrantes da pesquisa, investiga as concepções sobre juventude com ênfase na teoria de Vigotski que considera os jovens para além de seus conflitos e das mudanças corporais, biológicas, ou seja, sujeitos inseridos ativamente na sociedade, capazes de compreender a realidade em suas múltiplas determinações. Tem como metodologia a pesquisa qualitativa exploratória de cunho bibliográfico e a pesquisa-ação. Como procedimentos para a produção de dados, utiliza, como ferramentas metodológicas, entrevistas semiestruturadas com o artista Raphael Samú, rodas de conversa, questionários abertos direcionados a alunos e professores, registros fotográficos das obras de arte de Raphael Samú, textos produzidos em oficinas de leitura de imagens, serigrafias elaboradas em oficina sobre essa técnica e visita ao ateliê do artista. Analisa a trajetória do artista Raphael Samú e parte de seu acervo pessoal de obras de arte, em especial as gravuras elaboradas a partir da técnica Matriz Espontânea, e demonstra a importância dessas obras na Educação Estética de jovens do EMI. Relata as oficinas de leitura de imagem, de serigrafia e a visita ao ateliê do artista a partir dos cinco passos metodológicos sistematizados por Saviani: ponto de partida da prática social, problematização, instrumentalização, catarse e ponto de chegada da prática educativa. Finaliza o relatório da pesquisa ao concluir que a arte contribui com a formação omnilateral dos sujeitos. Nesse sentido, considera que uma das possibilidades de educar esteticamente os jovens é proporcionar intensos, diversificados e contínuos encontros com obras de arte; mediar leituras de imagens que evidenciem tanto os aspectos poéticos e intertextuais quanto os formais dessas obras, ampliados pelo conhecimento do universo do artista (o conhecimento de suas obras originais e, se possível, o convívio com o artista); e também realizar experimentações artísticas que recriem a técnica utilizada pelo artista estudado. Essas proposições, consequentemente, podem colaborar para uma Educação Estética que amplie o olhar do jovem sobre o mundo, sobre a natureza e a cultura. Proposições que diversificam e enriquecem as vivências sensíveis, promovem a crítica e a recusa do que é oferecido pela indústria cultural e integram um processo educativo e sensível que visa à formação integrada do jovem.

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