AFROFUTURISMO E EDUCAÇÃO DAS RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS EM LÍNGUA INGLESA: ANCESTRALIDADE NA CONCEPÇÃO DE FUTUROS

Nome: AISHÁ TUANNY SANT'ANNA JURESWSKI

Data de publicação: 10/12/2024

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
ADILBÊNIA FREIRE MACHADO Examinador Externo
DEBORA CRISTINA DE ARAUJO Presidente
MARILEIDE GONCALVES FRANCA Examinador Interno

Resumo: Esta pesquisa de mestrado teve por objetivo investigar se é possível identificarmos contribuições do trabalho com o Afrofuturismo para uma educação antirracista nas aulas de Língua Inglesa no Ensino Médio. Termo cunhado na década de 1990 através do questionamento sobre a escassez de contribuições de autoria e representatividade negra na ficção científica, hoje o Afrofuturismo é pensado como um movimento artístico e filosófico como a produção de autoria negra, com protagonismo de negros/as, contemplando sua experiência e sua relação com a tecnologia e a imaginação (Souza, 2019). Fundamentada em três eixos (Afrofuturismo, Educação das Relações Étnico-Raciais e ensino de Língua Inglesa), esta pesquisa também se organizou em três diferentes frentes (referenciais) teóricas: para compreender o Afrofuturismo como movimento artístico e filosófico, bem como exemplificá-lo, entender sua extensão na cultura popular e abordagem crítica, contamos com os/as escritores/as e pesquisadores/as Alondra Nelson (2002), Kodwo Eshun (2003), Ytasha Womack (2013), entre outros/as; para considerar a Educação das Relações Étnico-Raciais, Nilma Lino Gomes (2011; 2012; 2017), Kabengele Munanga (2004; 2015; 2016) e bell hooks (2017); para tratar sobre o ensino de Língua Inglesa no Ensino Médio, discutimos como abordá-lo de maneira crítica através do Letramento Racial Crítico e da Teoria Racial Crítica com as pesquisadoras Aparecida de Jesus Ferreira (2011; 2014) e Gloria Ladson-Billings (1998). A justificativa deste estudo relaciona-se à defesa de que por meio da literatura e de outras vertentes artísticas, é possível diversificar as histórias contadas sobre a população negra africana e afrodiaspórica, bem como apresentar aos/às estudantes de todos os pertencimentos étnico-raciais a possibilidade de acessar realidades imaginadas por artistas de origens diversas. Dessa forma, proponho o estudo do Afrofuturismo e suas potencialidades na sala de aula no processo de valorização da cultura e história africana, como vertente que une a ficção especulativa com a experiência negra, sua ancestralidade e protagonismo. De abordagem qualitativa, a metodologia adotada foi a pesquisa participante, aliada a relatos de experiência e a sequência didática interdisciplinar com temática afrofuturista, que foi realizada no último trimestre de 2023 em uma turma de Língua Inglesa do Ensino Médio na rede pública estadual na cidade de Vitória - ES. Além disso, a pesquisa de campo contou com a construção de um material didático elaborado para registros escritos e atividades dos/as estudantes. Os resultados apontaram as potencialidades da Teoria Racial Crítica e o Letramento Racial Crítico, nas aulas de Língua Inglesa, ao oportunizar discussões sobre como enfrentar o ensino cultural hegemônico pré-condicionado à língua, desta vez com o Afrofuturismo como aliado nessa batalha. Por meio de suas produções, bem como de suas interações com o material e a sequência didática, além de compreenderem o tema, os/as estudantes foram levados/as a se apropriarem de tecnologias de inteligência artificial, a serem criativos e a conjecturar amanhãs em que suas experiências fossem consideradas. Os discentes também fortaleceram suas identidades, através de representações positivas da população negra, bem como do questionamento ao apagamento histórico das contribuições africanas e afrodiaspórica no Brasil e no Mundo.

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