O TRABALHO COLABORATIVO NA ESCOLA COMO FERRAMENTA DESMEDICALIZANTE

Nome: MIRIAN ESTEINER COSTA

Data de publicação: 11/04/2025

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
ELIZABETE BASSANI Examinador Interno
JAIR RONCHI FILHO Presidente
MARIA RIZIANE COSTA PRATES Examinador Externo

Resumo: A presente pesquisa busca analisar o trabalho colaborativo entre o professor de Atendimento Educacional Especializado (AEE) e o professor de sala regular numa perspectiva desmedicalizante. A pesquisa entrelaça trabalho colaborativo e medicalização. Assim, apoiamo-nos em referenciais teóricos que colaboraram para a compreensão do conceito de medicalização: Collares e Moysés (1996), Caliman (2016), Illich (1975), Bassani (2018); e sobre trabalho colaborativo: Capellini (2005), Zanata (2005), Mendes, Vilaronga e Zerbato (2022). Compreendemos que o trabalho colaborativo realizado pelo professor do AEE no âmbito da sala de aula é atravessado por discursos medicalizantes, e a falta do conhecimento sobre o assunto faz com que suas práticas e seus olhares contribuam para medicalização dos ensinantes na escola. O trabalho colaborativo é uma das formas como se evidenciam esses discursos e por meio do qual podem ser problematizados, com sugestões de um conjunto de práticas desmedicalizantes, com intuito de transformação. Adotamos uma abordagem cartográfica para realizarmos um estudo de caso de caráter qualitativo. Elegemos como instrumentos de produção de dados diários de campo e entrevistas com os participantes – equipe Gestora (diretora e supervisora), professores regentes das turmas do 1º ao 5º ano, professores de áreas específicas, seis estudantes público-alvo da Educação Especial, os responsáveis pelos seis estudantes e a professora do Atendimento Educacional Especializado (a pesquisadora in loco) – e interpretação de dados por meio da análise de discurso de Gill (2002). Os resultados indicaram que o trabalho colaborativo se configura como um caminho promissor para a desmedicalização, beneficiando todos os estudantes e contribuindo para a garantia do acesso à aprendizagem, especialmente aos alunos público-alvo da Educação Especial. No entanto, para que essa prática se efetive, é fundamental repensar as condições de trabalho docente nas escolas brasileiras. É igualmente imprescindível compreender que a medicalização vai além dos limites da sala de aula, estando profundamente entrelaçada a questões sociais, econômicas e políticas. Garantir condições adequadas de trabalho aos docentes constitui, também, uma forma de contribuir para o processo de desmedicalização. Além da dissertação, apresentamos um produto educacional, um livro de literatura infantil, extraído dos discursos medicalizantes oriundos do âmbito escolar, e que poderá contribuir para formações docentes sobre as práticas desmedicalizantes entre professor do AEE e professor de sala comum.

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