SURDEZ, LINGUAGEM E CONHECIMENTO NA EDUCAÇÃO SUPERIOR: TRAJETÓRIAS FORMATIVAS DE SURDOS NO BRASIL E NO MÉXICO
Nome: ALEXANDRE BAZILATTO
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 11/07/2017
Orientador:
Nome | Papel |
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REGINALDO CÉLIO SOBRINHO | Orientador |
Banca:
Nome | Papel |
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MAGDA CARMELITA SARAT OLIVEIRA | Examinador Externo |
EDSON PANTALEÃO ALVES | Examinador Interno |
LUCYENNE MATOS DA COSTA VIEIRA-MACHADO | Examinador Interno |
REGINALDO CÉLIO SOBRINHO | Orientador |
Resumo: Objetivamos analisar noções de surdez, linguagem e conhecimento que delineiam os processos formativos-educativos de estudantes surdos na Educação Superior em realidades brasileiras e mexicanas, buscando: a) conhecer os processos formativos de dois estudantes surdos em contexto universitário, sendo um estudante surdo mexicano (Universidade Veracruzana UV) e uma estudante surda brasileira (Universidade Federal do Espírito Santo
Ufes); b) compreender as concepções e as expectativas desses estudantes surdos sobre sua trajetória formativa na Educação Superior; c) conhecer aspectos das experiências formativas vividas por esses estudantes surdos em diferentes contextos, principalmente na Educação Superior. Trata-se de uma pesquisa de natureza qualitativa ancorado no campo do estudo de caso (ANDRÉ, 2005). Em termos teórico-metodológicos, assumimos ainda uma perspectiva investigativa que compreende a Educação Comparada como campo interdisciplinar, fundamentado num saber dinâmico e aberto metodologicamente (SOBRINHO et al. 2015). Nesse sentido, sustentados nos pressupostos da Sociologia Figuracional, elaborada por Norbert Elias, particularmente os conceitos de linguagem e conhecimento (ELIAS, 1994b),
figuração e interdependência (ELIAS, 1994a; 2001a; 2014) em diálogo com a literatura sobre as políticas educacionais e com autores que discutem sobre a educação de surdos. Dessa forma, nossas reflexões assumem uma abordagem histórico-sociológica do fenômeno educativo. Coletamos os dados por meio de estudo de documentos e análise dos censos educacionais brasileiros e mexicanos, mas focamo-nos nas narrativas coletadas por meio de
entrevistas envolvendo dois estudantes surdos. O primeiro, matriculado na Universidade Federal do Espírito Santo Brasil e o segundo, matriculado na Universidade Veracruzana México. Observamos que nesses dois países, a educação de surdos segue os propósitos dos acordos internacionais que objetivam ampliar o acesso à Educação Superior, referendando uma educação para todos. Nesse processo, recorrentemente, a especificidade linguística dos
surdos é negligenciada trazendo desdobramentos na concretização da política anunciada. Destacamos que frequentemente as noções de surdez, linguagem e conhecimento estão delineadas no processo formativo sob a lógica audista, acarretando implicações educacionais, especialmente no que refere-se às estratégias metodológicas e às inter-relações estabelecidas na Educação Superior nesses dois países. Por outro lado, observamos que as atitudes de
cooperação entre ouvintes (familiares, amigos, colegas de turma, entre outros) e surdos ampliam as redes de interdependência contribuindo na (re)significação dos conceitos de linguagem, conhecimento e surdez, colaborando no processo formativo-educativo dos estudantes surdos em contextos universitários no Brasil e no México.