SURDEZ, LINGUAGEM E CONHECIMENTO NA EDUCAÇÃO SUPERIOR: TRAJETÓRIAS FORMATIVAS DE SURDOS NO BRASIL E NO MÉXICO

Nome: ALEXANDRE BAZILATTO

Data de publicação: 21/12/2023

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
REGINALDO CELIO SOBRINHO Orientador

Resumo: Objetivamos analisar noções de surdez, linguagem e conhecimento que delineiam os
processos formativos-educativos de estudantes surdos na Educação Superior em realidades
brasileiras e mexicanas, buscando: a) conhecer os processos formativos de dois estudantes
surdos em contexto universitário, sendo um estudante surdo mexicano (Universidade
Veracruzana – UV) e uma estudante surda brasileira (Universidade Federal do Espírito Santo
– Ufes); b) compreender as concepções e as expectativas desses estudantes surdos sobre sua
trajetória formativa na Educação Superior; c) conhecer aspectos das experiências formativas
vividas por esses estudantes surdos em diferentes contextos, principalmente na Educação
Superior. Trata-se de uma pesquisa de natureza qualitativa ancorado no campo do estudo de
caso (ANDRÉ, 2005). Em termos teórico-metodológicos, assumimos ainda uma perspectiva
investigativa que compreende a Educação Comparada como campo interdisciplinar,
fundamentado num saber dinâmico e aberto metodologicamente (SOBRINHO et al. 2015).
Nesse sentido, sustentados nos pressupostos da Sociologia Figuracional, elaborada por
Norbert Elias, particularmente os conceitos de linguagem e conhecimento (ELIAS, 1994b),
figuração e interdependência (ELIAS, 1994a; 2001a; 2014) em diálogo com a literatura sobre
as políticas educacionais e com autores que discutem sobre a educação de surdos. Dessa
forma, nossas reflexões assumem uma abordagem histórico-sociológica do fenômeno
educativo. Coletamos os dados por meio de estudo de documentos e análise dos censos
educacionais brasileiros e mexicanos, mas focamo-nos nas narrativas coletadas por meio de
entrevistas envolvendo dois estudantes surdos. O primeiro, matriculado na Universidade
Federal do Espírito Santo – Brasil e o segundo, matriculado na Universidade Veracruzana –
México. Observamos que nesses dois países, a educação de surdos segue os propósitos dos
acordos internacionais que objetivam ampliar o acesso à Educação Superior, referendando
uma “educação para todos”. Nesse processo, recorrentemente, a especificidade linguística dos
surdos é negligenciada trazendo desdobramentos na concretização da política anunciada.
Destacamos que frequentemente as noções de surdez, linguagem e conhecimento estão
delineadas no processo formativo sob a lógica audista, acarretando implicações educacionais,
especialmente no que refere-se às estratégias metodológicas e às inter-relações estabelecidas
na Educação Superior nesses dois países. Por outro lado, observamos que as atitudes de
cooperação entre ouvintes (familiares, amigos, colegas de turma, entre outros) e surdos
ampliam as redes de interdependência contribuindo na (re)significação dos conceitos de
linguagem, conhecimento e surdez, colaborando no processo formativo-educativo dos
estudantes surdos em contextos universitários no Brasil e no México.

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