Propostas e práticas de alfabetização em uma turma do segundo ano do ensino fundamental no município de Vila Velha/ES.
Nome: VANILDO STIEG
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 07/05/2012
Orientador:
Nome | Papel |
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CLÁUDIA MARIA MENDES GONTIJO | Orientador |
Banca:
Nome | Papel |
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CARMEN LÚCIA VIDAL PÉREZ | Examinador Externo |
CLÁUDIA MARIA MENDES GONTIJO | Orientador |
CLEONARA MARIA SCHWARTZ | Examinador Interno |
JOÃO WANDERLEY GERALDI | Examinador Externo |
MOEMA LÚCIA MARTINS REBOUÇAS | Examinador Interno |
Resumo: Esta pesquisa configura-se em de um estudo de caso que teve como hipótese central a ideia de que a adoção do termo ou perspectiva do letramento, por parte do discurso oficial (MEC), representou a possibilidade de conciliação entre as ideias construtivistas e as defendidas pelos seguidores dos antigos métodos de alfabetização, tanto no tocante às práticas de alfabetização quanto no que se refere ao campo das decisões políticas. Tendo como pano de fundo tal hipótese, desenvolvemos duas ações, a saber: a) uma pesquisa de campo que teve como objetivo analisar as práticas de alfabetização (em tempo de letramento) que se concretizaram ao longo do ano letivo de 2010, em uma classe do 2º ano do ensino fundamental de uma escola pertencente à rede pública municipal de educação de Vila Velha/ES e, b) uma discussão em torno das propostas de alfabetização assumidas e proclamadas pelo discurso oficial (MEC), no período compreendido entre 1990-2009, buscando verificar como e com que finalidade(s) política(s) tal discurso tratou e/ou tem tratado o ensino da leitura e da escrita, chegando a caracterizá-lo, na atualidade, como letramento? No tocante a investigação desenvolvida em torno das práticas da professora, inferimos que nossa hipótese de pesquisa foi comprovada em partes, pois somente no período de recuperação da aprendizagem, no final do ano letivo, é que vemos a professora trabalhando com as crianças atividades que se remeteram ao trabalho com a palavra. Essas atividades tinham o objetivo de trabalhar lacunas identificadas (pela professora) na alfabetização, ou seja, no domínio da escrita alfabética. O trabalho desenvolvido, nesse momento, demonstrou que há manutenção de atividades/propostas advindas do modo como os construtivistas pensam o ensino e a aprendizagem. No entanto, não observamos, como propõem os defensores do método fônico, o trabalho sistemático com sílabas e fonemas. No tocante a análise do discurso oficial do MEC nossa hipótese é comprovada em sua totalidade, pois vemos durante a década de 2000-2010, de norte ao sul do Brasil aceites de propostas de alfabetização construtivistas e aquelas fundamentadas no método fônico, por parte das esferas Federal, Estadual e municipal. A presença de conciliações de perspectivas de alfabetização em nosso país colabora para pensarmos que o MEC tratou (tem tratado) o ensino da leitura e da escrita, em tempos de letramento, como um produto, uma mercadoria. E por que razão? Pelo fato de ter sido condizente com as intencionalidades da economia mundial sobre nossa escola/país. Até 2022 o Brasil necessita provar que cumpriu (mais) um dos principais itens da agenda neoliberal, qual seja: apresentar para as instâncias da economia mundial um Ideb 6,0. Uma meta/dado quantitativo que parece que não têm traduzido melhorias para a escola brasileira, desde que foi proclamado, pelo discurso oficial, no início da década anterior. O letramento caiu como uma luva, nesta direção, pois pretende formar minimamente leitores e escritores, o suficiente para que possam fazer as avaliações que poderão colocar os empresários brasileiros em evidencia diante das discussões da economia mundial. Neste contexto está idealizado, pelo letramento, a constituição de alfabetizados funcionais.