Avaliação externa da alfabetização: o PAEBES-ALFA no Espírito Santo
Nome: DILZA CÔCO
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 28/03/2014
Orientador:
Nome | Papel |
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CLÁUDIA MARIA MENDES GONTIJO | Orientador |
Banca:
Nome | Papel |
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MARIA TERESA ESTEBAN DO VALLE | Examinador Externo |
SANDRA MARIA ZÁKIA LIAN SOUZA | Examinador Externo |
ELIZA BARTOLOZZI FERREIRA | Examinador Interno |
CLEONARA MARIA SCHWARTZ | Examinador Interno |
CLÁUDIA MARIA MENDES GONTIJO | Orientador |
Resumo: Este trabalho integra estudos desenvolvidos pela linha de pesquisa Educação e Linguagens (verbal), do Programa de Pós-Graduação em Educação, da Universidade Federal do Espírito Santo. Trata-se de uma pesquisa de natureza qualitativa, estruturada na modalidade estudo de caso, que tem como temática a avaliação externa na alfabetização. Focaliza o Programa de Avaliação da Educação Básica do Espírito Santo Alfabetização (Paebes-Alfa), a partir de fontes documentais e de ações de avaliação externa da área de Língua Portuguesa, realizadas em salas de aula de 1º e 2º anos do ensino fundamental, do Sistema Municipal de Ensino da Serra/ES. O objetivo do estudo é compreender sentidos produzidos para essa avaliação no contexto das práticas de alfabetização. A pesquisa parte da premissa de que avaliações externas têm produzido a ideia de melhoria da qualidade da educação pela via do esvaziamento dos currículos escolares, ou seja, pela negação às classes populares de conhecimentos essenciais para sua formação cidadã. Para cotejar essa tese, são desenvolvidas análises fundamentadas em contribuições teóricas da perspectiva discursiva de linguagem, propostas pelo círculo de Bakhtin, e em conceitos da área da Sociologia das Políticas, defendidos por Stephen J. Ball. Essas análises estão organizadas em dois eixos de discussão. No primeiro, são explorados conteúdos discursivos de documentos do programa, publicados no ano de 2012, período de realização do trabalho de campo da pesquisa, endereçados aos profissionais vinculados às escolas, como dois manuais de aplicação de provas, três revistas direcionadas aos gestores e outras três revistas, cujo auditório social privilegiado são os professores. No segundo eixo de discussão, são analisados textos (orais e escritos) produzidos por sujeitos envolvidos com o trabalho de alfabetização realizado nas escolas, como diretores, pedagogos, professores e crianças que vivenciam eventos da avaliação do Paebes-Alfa. As análises desenvolvidas a partir desses dois eixos de discussão concluem que o Paebes-Alfa veicula concepções restritas de avaliação, de linguagem e de alfabetização, especialmente por privilegiar conhecimentos da dimensão linguística do processo de apropriação da língua materna, desconsiderando aspectos da dimensão discursiva da linguagem.